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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O INFANTE



O MAR PORTUGUÊS

I. O INFANTE

Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,
E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.
Quem te sagrou criou-te português..
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se...

Portugal!

terça-feira, 29 de setembro de 2009

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Dulce Pontes - Cancao do Mar

Dulce Pontes - Cancao do Mar


Diario de um cão


1ª semana. Faz hoje uma semana que nasci. Que alegria ter chegado a este mundo!!!

1 mês. Minha mãe cuida muito bem de mim. É uma mãe exemplar.

2 meses. Hoje separaram-me da minha mãe. Ela estava muito inquieta e com seus olhos disse-me adeus como esperando que minha nova "família humana" cuidasse bem de mim, como ela o havia feito.

4 meses. Cresci muito rápido, tudo chama a minha atenção. Há várias crianças na casa que são como meus "irmãozinhos". Somos muito engraçados, eles atiram-me uma bola e eu mordo-os jogando.

5 meses. Hoje castigaram-me, a minha dona zangou-se porque fiz "xixi" dentro da casa... Mas nunca me disseram onde eu o deveria fazer. E como eu durmo na "despensa" que é um lugar fechado! Eu não me aguentei!!!

6 meses. Sou um cão feliz. Tenho o calor de um lar, sinto-me seguro e protegido...Creio que minha família humana me ama muito... Quando estão a comer convidam-me, o pátio é somente para mim e eu estou sempre esburacando, como os meus antepassados lobos, quando escondiam a comida.

8 meses. Nunca me educam, provávelmente porque nada faço de errado.

12 meses. Hoje completei um ano. Sou um cão adulto e meus donos dizem que cresci mais do que eles esperavam. Que orgulhosos devem estar de mim!!!

13 meses. Como me senti mal hoje... Meu "irmãozinho" tirou a minha bola. Como nunca pego nos seus brinquedos fui atrás dele mordi-o. Mas como meus dentes estão muito fortes, magoeio sem querer. Depois do susto prenderam-me e quase não posso mover-me para apanhar um pouco de sol. Dizem que sou ingrato e que me vão deixar em observação ( certamente não me vacinaram)... Não entendo nada do que está a acontecer.

15 meses. Tudo mudou... Vivo preso no pátio...Na corrente...Sinto-me muito só...Minha família já não me quer. Ás vezes esquecem que tenho fome e sede e quando chove não tenho teto que me cubra...

16 meses. Hoje tiraram-me da corrente. Pensei que me tinham perdoado...Fiquei tão contente que dava saltos de alegria e meu rabo parecia uma ventoinha... Parece que vou passear com eles.

          Subimos para o carro, atrelamos o atrelado e andamos uma grande extensão. Quando pararam abriram a porta e eu desci correndo, feliz, crendo que era dia de passeio no campo. Não entendo porque fecharam a porta e se foram...

          "Esperem"!!! – lati..."Esqueceram-se de mim...!!!". Corri atrás do carro com todas as minhas forças...Minha angústia aumentou ao aperceber-me que o carro se afastava cada vez mais e eles não paravam. Tinham me abandonado...

17 meses. Procurei, em vão, achar o caminho de volta à casa. Sento-me no caminho, estou perdido e algumas pessoas de bom coração que me olham com tristeza dão me algo de comer... Eu agradeço com um olhar do fundo da minha alma... Quisera que me adoptassem, eu seria leal como ninguém. Porém eles apenas dizem "pobre cãozinho, deve estar perdido".

18 meses. Outro dia passei por uma escola e vi muitas crianças e jovens como meus "irmãozinhos". Cheguei perto e um grupo deles, dando risadas, atirou-me uma chuva de pedras "para ver quem tinha melhor pontaria"... Uma dessas pedras atingiu um dos meus olhos e desde então nada vejo com ele.

19 meses. Parece mentira mas quando eu estava mais bonito as pessoas compadeciam-se mais de mim... Agora que estou muito fraco, com um aspecto bem mudado... Perdi o meu olho, as pessoas tratam-me aos pontapés quando pretendo deitar-me na sombra...

20 meses. Quase não posso mover-me. Hoje, ao atravessar a rua por onde passam os carros, um deles atropelou-me. Pelo que sei, estava num lugar seguro chamado"valeta", mas nunca me vou esquecer do olhar de satisfação do motorista. Oxalá tivesse me matado... Porém só me deslocou a bacia. A dor é terrível, minhas patas traseiras não me respondem e com dificuldade arrastei-me até uma moita de ervas fora da estrada...

Já fazem 10 dias que estou embaixo de sol, chuva e frio, sem comer. Não posso mover-me, a dor é insuportável. Sinto-me muito mal, estou num lugar húmido e parece que meu pelo está caindo. Algumas pessoas passam e não me vêem; outras dizem: "não te aproximes". Já estou quase inconsciente, porém uma força estranha fez-me abrir os olhos.

A doçura da sua voz fez me reagir. "Pobre cãozinho, vejam só como te deixaram", dizia... junto a ela estava um senhor de roupa branca que começou a tocar-me e disse: "Sinto muito minha senhora, mas este cão já não tem remédio, o melhor é que deixe de sofrer." A gentil dama consentiu, com os olhos cheios de lagrimas. Como pude, mexi o rabo e olhei para ela agradecendo por me ajudar a descansar... Senti somente a picada da injeção e dormi para sempre, pensando em porque nasci, se ninguém me queria...

(autor desconhecido)
 


 Em homenagem ao FOX que durante a sua vida foi tratado como um filho. O FOX nasceu a 15-05-1997 em Portugal, viveu até 25-03-2005. Foi atropelado brutalmente, na Alemanha ás 22:30 horas, foi de imediato socorrido pelo médico veterinario, faleceu ás 23:15 horas não resistindo aos ferimentos internos.

O FOX foi cremado, que DEUS o tenha em eterno descanso.


domingo, 27 de setembro de 2009

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Auto Retrato do meu pai

Da janela vejo o homem escrevendo numa folha de papel. Ansioso, ocioso e melancólico, a sua face guarda um semblante embaçado e sem nexo, sem face o seu brilho não existe no universo, as mãos cada vez mais trémulas, parece que existe uma tragédia por trás dessa folha de papel, a sua escrita é serena e o seu gesto parece ter odor, cor e forma, mais e mais vai se aproximando do seu objectivo e mais triste vai ficando aquele homem, ainda consigo perceber por trás, um suspiro mais profundo, é como a chegada de um choro, o seu momento é ténue, por alguns instantes ele pára e pensa, olha para o horizonte, um olhar perdido, talvez num passado muito distante, depois volta a rabiscar no seu papel, através da sombra que se faz à meia luz consigo ver a silhueta da sua mão a escrever, agora mais calma e mais serena, como se estivesse tecendo cada verbo, a cada canto da sua escrita, talvez nem estivesse pensando no que escrevia, apenas rabiscando e vivendo o seu momento, eu ponho me a pensar, que momento seria vivido por ele agora?
Então calmamente o homem levantasse, olha para frente e pensa por alguns instantes, dá alguns passos, pára novamente, olha para trás, olha para a sua escrita, por alguns momentos ele fica estático, depois virasse e vai ao oposto de onde estava, segue o seu caminho em passos calmos e sem pressa.
Com tremenda sensação de curiosidade não resisto ao que para mim é mais forte que tudo nesse instante, então calmamente vou à sua mesa e vejo o pedaço de papel com o desenho de um homem muito triste, e em baixo escrito: "eis me aqui, assim me sinto no momento".

Paizinho querido "Possuímos uma Luz tão forte no nosso interior,
que é capaz de iluminar a nossa grande caminhada
na senda da vida, basta acendê-la, tornando assim,
o caminho iluminado, belo como um jardim e pleno
de amor como a sensibilidade de uma flor."

Espero que estas ultimas palavras o façam reflectir um pouco mais e assim ajuda-lo a viver a vida que tanto nos dá prazer!

P.S. Lembrei me desta fotografia única e simplesmente porque foi um dia muito feliz para todos nós! Neste dia os chinelos que você trazia calçados rebentaram no parque de diversões e então a sua imaginação foi colar o chinelo rebentado com chiclet afim de o colar. Isso fez com que todos ficássemos felizes perante tal atitude. Abraço paizinho e que Deus o conserve por muitos anos.

 
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